OVO – Olho em Volução Orgânica: No Caminho é Onde Acontece ou Experienciar (Dis)formações

Por Juliana Cerqueira
02/03/2022

Resumo: Este artigo trata de questões sobre o que não está na ordem do sentido, o que não pode ser transmitido em palavra e não se transforma em linguagem, como também discute questões sobre como o processo artístico pode ser mais potente que seu resultado, mostrando a importância das (dis)formações que um caminhar coletivo pode acionar dentro de um espaço midiatizado, mesmo que este não seja finito. 

Palavras- chave: caminhar; rachar; coletivo; disformações; além do sentido.

 

O ovo é uma coisa suspensa. Nunca pousou. Quando pousa, não foi ele quem pousou. Foi uma coisa que ficou embaixo do ovo. – Olho o ovo na cozinha com atenção superficial para não quebrá-lo. Tomo o maior cuidado de não entendê-lo. Sendo impossível entendê-lo, sei que se eu o entender é porque estou errando. Entender é a prova do erro. Entendê-lo não é o modo de vê-lo. – Jamais pensar no ovo é um modo de tê-lo visto. – Será que sei do ovo? É quase certo que sei. Assim: existo, logo sei. – O que eu não sei do ovo é o que realmente importa. O que eu não sei do ovo me dá o ovo propriamente dito. – A Lua é habitada por ovos.     

            Clarice Lispector 

 

O capitalismo com sua voracidade conseguiu tirar o sentido de muitas coisas no mundo, com sua imponência de dar sentido a tudo, numa constante tentativa de dar sentido ao sentido e dar outras formas aos sentidos. Assim, vem subtraindo intensidades e esvaziando modos de sentir.

Existem certos acontecimentos que não conseguimos colocar em palavras, não conseguimos dar um sentido àquilo, é algo que não está na ordem do conceito, que não se classifica, é algo que transita entre a ordem da presença e da transitoriedade. 

Imaginar que a linguagem ou a cultura seria a única mediadora de um mundo real e um mundo social é reforçar um pensamento colonizador que alimenta o inconsciente colonial capitalístico baseado no patriarcado impondo suas políticas normativas e que nos fazem acreditar na existência de um só mundo.

A arte nos possibilita construir uma variedade de mundos e nesse processo de erguer mundos encontramos instantes de presença que não estão vinculados à razão. O que a arte produz em andamento é muito maior do que somente sua materialidade, acontece que nesse caminhar há algo de invisível, imaterial, disforme, que vai muito além do sensível, que desorganiza, que não contém, que contagia, racha, vaza, transborda e que não está relacionado à linguagem.

Nessa construção sem contorno nos deparamos com rastros de invisibilidades, onde toda deformidade é um evento, um lugar para desorientar-se e construir possibilidades de encontro com o próprio corpo e outros corpos que juntos se transformam no tempo, para então traçar outros caminhos. Caminhos nômades (CARERI, 2013), nesse espaço que se apresenta como um organismo vivente temos a possibilidade de erguer mundos onde a linguagem ainda não faz parte.

Para explanar questões para além dos sentidos falarei sobre OVO – Olhar em volução orgânica1, que é uma live feita no Instagram pelo ACOCORÉ, coletivo artístico que coordeno e do qual faço parte. O coletivo surge em julho de 2019, durante a pandemia do COVID_19, somos mais de 25 artistas que realizam performances coletivas simultâneas em telepresença com software de videoconferência (Zoom) com link aberto ao público, lives de performances semanais no Instagram. Também utiliza aplicativos para seus projetos performáticos, apoia-se em bibliografias para pensar o coletivo e está em conexão 24/7 no Whatsapp. 

Para fazer OVO, os artistas do coletivo utilizam dispositivos como câmeras de celulares e computadores para filmar as lives e transmití-las em nossa página ao mesmo tempo, virando as câmeras umas para as outras, cada um em seu perfil filmando a imagem de outro perfil e assim sucessivamente. OVO cria túneis de imagens e sons infinitos. Como interferência nessas espirais usamos um elemento significativo, um ovo de galinha. 

Estamos imersos num sistema dominado pelo capital, mas não nos deixamos capturar. O usamos como espaço para produzir outros territórios a serem experimentados, estamos dispostos a nos perder, a errar e nos encontrar para novamente nos perder. Para isto aceitamos a provocação do dispositivo e, ao mesmo tempo, o provocamos. Nesse espaço-tempo de provocações contagiamos outros corpos que por ali passam, nos apropriamos desse espaço, nos propagamos para contágio.

 

Imagem 01 e 02 – Live do OVO

          

Realizada pelo ACOCORÉ _ Disponível no Instagram

 

Composição do OVO/ovo

Um ovo consiste em aproximadamente 63% de albúmen, 27,5% de gema e 9,5% de casca. Os principais componentes são: água, proteínas, lipídeos, além dos carboidratos, minerais e vitaminas. Já o OVO consiste em aproximadamente 40% de participantes, 60% de dispositivos e 10% de aplicativos. Os principais componentes são: pessoas, internet, celulares, computadores e lives. Túnel infinito, imagem que se forma pela repetição de si mesma, interferência na imagem com o ovo de galinha, o que dá origem a espirais que nos levam do presente ao passado num eterno retorno.

De formato esférico, ovo não tem posição definida, posto numa superfície lisa, o mínimo incline parece estar sempre em movimento prestes a rolar e explodir. O ovo se assemelha a um globo, a um olho ou um colhão ambos com suas camadas, como nos trouxe George Bataille em História do olho (2018). Diferentemente, o OVO não tem formato específico, não tem regra, nem razão, ele acontece no calor do momento e sua forma se dá na presença do acontecimento.

Quando era mais nova minha mãe fazia de sobremesa gemada, gema do ovo batido repetidas vezes com açúcar. Passado um tempo, comecei a odiar ovo, cheiro de ovo, gosto de ovo, parei de comer ovo por mais de 30 anos. Um dia, mais velha, chego na casa da minha mãe e sinto um cheiro de omelete, o que me deu uma vontade imensa de comer, comi vários pedaços daquela omelete. Minha mãe simplesmente me olhou e disse que eu estava grávida. Dias depois meu exame de gravidez deu positivo, daí por diante nunca mais parei de comer ovo, que aliás é um dos alimentos mais práticos no dia a dia, ainda mais para quem tem filhos.

 

Receita de gemada da minha mãe

INGREDIENTES

- 2 ovos 

- 2 colheres de açúcar

Modo de preparo

Numa xícara bata somente as gemas com uma colher fazendo movimentos circulares repetidas vezes até formar um creme claro, junte o açúcar e bata mais vezes até ficar esbranquiçado e formar um creme liso.

 

Imagem 03 – Exemplo de como fazer OVO

 

Tempo e espaço do OVO

A galinha bota um ovo por dia em período de postura, que duram 15 dias, durante todo esse período ela pode colocar de dez a quinze ovos. Normalmente vende-se a dúzia ou meia dúzia, nunca um só ovo. Vender um ovo seria pensar o ovo. Quando se individua se expõe, se especifica, torna identificável. Logo, compramos coletivos de ovos.

OVO nunca é uno, sempre é coletivo, para acontecer são necessários mais de quatro corpos, são os corpos produzindo intensidades diferentes que fazem emergir o outro dando corpo ao OVO em (dis)formação. É um fractal numa despersonalização de cada uno, como coloca Marguerite Duras (2021). No momento OVO existe um coletivo de despessoas, o uno nunca é. 

Usamos a internet como espaço de acontecimento para o OVO. O espaço não preexiste ao OVO, ele se constrói no processo. Nessa chocadeira de fibra óptica, nos juntamos para reverberar OVO. Numa ação coletiva e totalmente orgânica, colocamos telas para brincar de roda e sons que se divertem até o grito estridente. O OVO não tem preço, não se vende, ele não cabe no espaço do mercado, mas o utiliza. OVO não se fecha em nada, sua essência é estar aberto para tudo e todos. Se todo homem em qualquer lugar ou época, é ser rede e tem a necessidade de uma saída (PELBART, 2013), OVO está sempre se movimentando em redes conectadas, inconscientemente na necessidade de saídas, distanciando daquilo que sufoca. 

O OVO não tem tempo nem espaço certo, parece sempre adiantando e voltando no tempo, ele racha a história assim como sua própria casca. É como um túnel temporal em dissincronia com o tempo histórico, desse dentro-fora. Ele sobrepõe tempo e espaço, vários espaços, vários lugares que por si so? seriam incompatíveis, a todo tempo são produzidas novas espacialidades. O território nessa perspectiva não é o natural, o habitual, ele é desconhecido, mas constantemente explorado e experienciado pelos participantes que caminham sem medo do erro, pois nele não reconhece o erro.

 

Rachar a casca

Em outubro de 2014, uma grande amiga me presenteou com ingressos para o espetáculo Café Müller de Pina Bausch. Lembro muito nitidamente de uma parte do espetáculo onde uma bailarina anda, corre, cai entre cadeiras espalhadas no palco e outro bailarino a segue afastando as cadeiras para que ela possa fazer sua dança sem que se machuque. Essa foi uma das vezes que tive esse sentimento de não saber expressar o que tinha visto, era uma mistura de incômodo com alegria, era como uma explosão interior, é algo que se dá no corpo, mas que só acontece no corpo em contato com algo, que contagia, que estremece, como um toque disforme, que atinge internamente a pele, como já dizia Paul Valéry na peça A ideia fixa (1988), o mais profundo é a pele. 

No balé de Pina Bausch, os bailarinos repetem seus gestos, mas nunca fazem a mesma coisa. Fernandes (2007) afirma que um gesto que se repete por várias vezes passa de uma simples expressão espontânea a um movimento estético. Essa repetição faz com que os movimentos repetidos façam algo muito além de significar, ele muda, se transforma, provoca sentimento e não sentido, nos bailarinos e em quem assiste. A repetição nada muda no objeto que se repete, mas muda algo no corpo, algo no sentido de que não se consegue transmitir. 

Assim como no espetáculo Café Müller, o OVO também se repete e nessa repetição ele produz algo que não se coloca em palavras. É algo que transforma, que acontece em momentos presentes, instantes de ovulação criativa, fertilidade temporária, é uma abertura para outro momento, outro modo de estar no mundo, abertura para o novo. Como muito bem definiu Jacques Ranciére no livro O destino das imagens (2012), é algo que se visualiza, mas que não produz imagem e nem palavras. 

O ovo/OVO vem sempre com a sensação de um dentro já fora e um fora ainda dentro, uma certa confusão de sentido, uma fina camada que divide o mundo externo do interno prestes a rachar, e quando quebra se expõe, não se contém e vaza ou some numa repetição sem fim de dentro fora, fora dentro.

OVO não tem uma ordem, ovo se faz ali no ninho quente dos dados, ovo não tem regra, não tem vez e nem tempo, o OVO simplesmente acontece ele é colocado frente aos olhos de uma máquina para ser capturado e dele surgem uma mistura de imagens, vozes, risadas e experimentos, em uma multiplicação de signos ecoando até incomodar ouvidos e olhos. O OVO não tem sentido, não tem direção. O OVO perturba, confunde, tira o eixo, não tem razão alguma é como uma embriaguez sem álcool, ou com. 

 

...trata-se de produzir, na obra, um movimento capaz de comover o espírito fora de toda representação; trata-se de fazer do próprio movimento uma obra, sem interposição; de substituir representações mediatas por signos diretos; de inventar vibrações, rotações, giros, gravitações, danças ou saltos que atinjam diretamente o espírito. (DELEUZE, 2006, p. 17).

 

O OVO pisca, o olho frita e a boca ovula escorrendo gritos à beira da margem como brincadeira de criança, ecoando numa eterna repetição de imagens/sons em versões cada vez menores, mais baixas até chegar ao som de phi2. Um fractal abrindo caminhos movediços, uma proporção áurea imagética e sonora que nada diz, violando o limite do espaço do significante, mas que se faz presente perturbando os sentidos.

Marcia Schuback (2019) afirma em seu artigo Os desafios da arte e da estética no século XXI, que fractal não são somente cacos, ou pedaços de espelhos, eles também cortam, tanto a alma como o corpo, trazendo assim, a necessidade de pensar a reprodução contínua de discursos sobre o mesmo e o outro entreabre rasgos de um outro sentido de outro, como a pessoas se outrar-se, como, de repente, em um glissando e eco.

 

Imagem 04 – Espiral de Fibonacci

 

Imagem 05 – Túnel Infinito _ OVO feito no Zoom em espiral

Autora: Carla Rocha, 2021.

 

OVO não está interessado na evolução, mas também não involui. Ele simplesmente se situa numa espiral de intensas repetições de sentidos, sem direção, como um eterno retorno que caminha para frente, um encontro com extensões passadas e presentes de si, é o agora conjugado em todos os tempos aumentando a linha do seu próprio limite, ele está em volução. 

OVO quando racha cria uma fratura, uma brecha para outro lugar, um outro modo de estar com o mundo. Espaço dos diferentes, do não familiar, do não dito, do estranhamento, da gagueira, do se permitir o outro, o estrangeiro e estar OVO.  

 

Olhos do OVO

Olho da máquina que tudo vê, que tudo sabe, que tudo toma para si e codifica, guarda, molda. Olho interno de difícil visibilidade e compreensão, olho algoritmo, olho capitalístico. São câmeras de celulares e computadores que colocamos frente e frente para que o OVO aconteça diante dos olhos dos participantes e de quem assiste. 

Nesse tête-à-tête maquínico, OVO por ser um ato coletivo, um processo colaborativo, coloca as próprias máquinas e seu funcionamento para performar, confundindo o olho que tudo vê, desnorteando o olho algoritmo fazendo com que se perca nem que seja por instantes, conseguimos criar um espaço que se opõe as demandas do mercado dentro do próprio espaço mercadológico.

Dessa forma, podemos dizer que a ação do OVO é uma ação hacker, seguindo a teoria de Daniel Hora (2015), a arte hacker tem características transgressivas ao nos apropriarmos das mídias para produzir diferença. Nossos corpos estão diretamente num campo político e econômico mergulhados nas relações de poder que os sujeitam ao trabalho e exigem sinais, mas OVO não se deixa capturar, interferimos com elementos, objetos, repetições de telas produzindo assim a diferença, fazendo a própria máquina performar se perdendo na repetição. 

O que se vê é subtraído das formas visíveis e dizíveis, nada é igual, tudo é experiência e mudança mesmo que pareça uma eterna repetição. A relação com o que vemos nos escapa, constrói-se toda uma outra relação, outro espaço, outro tempo, outro outro.

 

Imagem 06 – Live OVO

Autora: Carla Rocha, 2021

 

Experimentar (dis)formações 

Erin Maning (2019), diz que a forma da experiência na construção é dinâmica e amodal – ativa no campo perceptivo onde a linguagem ainda não é. É [...] uma forma de vitalidade, uma aproximação pré-consciente em direção a um ato de devir que sintoniza com o ambiente relacional da experiência. Tal forma de vitalidade ocorre no meio segundo, ou menos, de um evento que está para se manifestar. 

No OVO, o mais importante é a experiência e o processo em construção. O valor está nas garatujas, são nesses rabiscos disformes que tudo se faz e se desfaz. Prezamos pela vivência do momento e é ali nesse espaço de tempo que tudo acontece, sem início e nem fim, o que importa é exatamente aquilo que não podemos dar um sentido. Não visualizamos uma forma, não queremos e nem o colocamos em palavras, é uma (dis)formação que necessita de presença e vivência.

O improviso é uma das principais características do OVO, sem origem, início, sem causa sem finalidade, uma experimentação sem fundamento. São movimentos que já estão em andamento, reflexos do que já está acontecendo, ecoam tempos e experiências que arrepiam.

OVO não se explica. Tentar explicar o OVO seria perda de tempo, seria tirar toda potência que existe nesse caminho de experiência OVO. Simplesmente o OVO se sente. O OVO é um mundo, o mundo é um ovo.

 

Reflexos e reflexões do OVO

 

Imagem 07 – Ovo Queima

Autor: Vinicius Davi, 2021.

 

Imagem 08 - Sem Título

Autor: Arthur Scovino, 2019.

 

Imagem 09 – Capilaridade do OVO

Autora: Juliana Cerqueira, 2021.

 

  Imagem 10 – Gênesis deSangue

 Autor: Nau_Vegar, 2021.

 

REFERÊNCIAS 

BATAILLE, G. História do olho. Trad. Eliane Robert Moraes –1. Ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. 

BEY, H. TAZ: Zona Autônoma Temporária. São Paulo: Conrad, 2001.

CARERI, F. Walkscapes: O caminhar como práticas estéticas. São Paulo: Editora G. Gilli, 1a. ed., 2013.

DELEUZE, G. Diferença e Repetição. Rio de Janeiro: Graal, 2006. 

DURAS, M. Escrever. Editora Relicário, 1a. ed., 2021.

FERNANDES, C. Pina Bausch e o Wuppertal dança-teatro: repetição e transformação. São Paulo: Annablume Editora, 2007. 

GUMBRECHT, H. U. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC–Rio, 2010.

HORA, D. Teoria da Arte Hacker: Estética, Diferença e Transgressão Tecnológica. Tese (Doutorado em Artes). Instituto de Artes da Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

LISPECTOR, C. O ovo e a galinha. Disponível em: [https://contobrasileiro.com.br/o-ovo-e-a-galinha-conto-de-clarice-lispector/]

MANING, E. RIBEIRO, W, BRIONES, H. Artes: novos modos de habitar/viver. Organização de Walmeri Ribeiro e Héctor Briones. São Paulo: Intermeios, 2019. 

MEDEIROS, M. B. Sugestões de conceitos para reflexão sobre a arte contemporânea a partir da teoria e prática do Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos. ARJ | Brasil | V. 4, n. 1 | p. 33-47 | jan. / jun. 2017.

PELBART, P. P. O avesso do niilismo: cartografias do esgotamento. São Paulo: N-1 Edições, 2013.

RANCIÈRE, J. O destino das imagens. Rio de janeiro: Contraponto (Artefíssil), 2012.

ROLNIK, S. Esferas da insurreição. Notas para uma vida não cafetinada. São Paulo: N-1 edições, 2018. 

SAFATLE, V. O circuito dos afetos. São Paulo: Cosac Naify, 1a. ed., 2015. 

SCHUBACK, M. S. C. Os desafios da arte e da estética no século XXI. In Poiésis, Niterói, v. 20, n. 34, p. 43-62, jul./dez. 2019. [https://doi.org/10.22409/poiesis.v20i34.38532] 

VALERY, P. La idea fija. Madri: Visor, 1988.

 

 

 

NOTAS DE RODAPÉ

1Volução pode sugerir sinais nomadizantes para pensar a arte contemporânea, ou melhor, a fuleragem mixuruca: “não é evolução, nem devolução, nem involução. Na volução não há progresso nem novidades. Nada é novo, tudo volui, re-volui e é iteração”. (MEDEIROS, M.B. Art Research Journal, V. 4, n. 1 | p. 33-47 | jan. / jun. 2017).

2Os termos da sequência estabelecem entre si a chamada proporção (ou razão) áurea, muito usada na arte, por ser considerada agradável aos olhos. Seu valor é de 1,618… um número irracional, infinito, representado na matemática pela letra grega phi: φ. Mas também se trata do som que faz a repetição do áudio na live.

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